Outro dia estava lendo o texto de Luciano Martins no livro "Escrever com Criatividade". O texto retratava como há seis mil anos atrás o homem, que até então se comunicava por gestos e oralmente, fez sua primeira versão impressa da palavra com letras moldadas em chumbo. O autor retrata o quanto isso trouxe de mudanças e evolução ao mundo.
Luciano também apresenta em seu texto como a sociedade
encarou a entrada da internet no início dos anos 90. Foi instalado um alvoroço
com a era do mundo digital e para muitos a escrita tinha a morte como
destino certo.
Fiquei imaginando porque nós temos a mania de ter de excluir
algo para que o novo venha. Isso pode até fazer sentindo em alguns momentos,
mas para mim a invenção de algo não elimina o antigo. Não é porque começamos a
escrever que deixamos de falar. Não é porque começamos a apreciar um bom vinho
que deixamos de gostar de suco de limão.
A evolução e a mudança provocam medo por justamente acharmos
que algo está sendo deixado para trás, mas se toda vez que o novo surgir
pensarmos que não há exclusão, pelo contrário, algo está sendo acrescentado,
não torna tudo mais divertido?
As pessoas tem outra mania que me intriga, a mania de criticar
os tempos modernos: “Ah, no meu tempo não tinha essa modernidade toda desses
meninos de hoje em dia, não...”, “Nossa, as mulheres de hoje estão muito pra frente...”,“As
pessoas eram mais recatadas na minha época...”. E será mesmo que tudo era tão
melhor assim antigamente? Percebo que a maioria das pessoas até conseguem
manter um respeito pela geração antiga, mas sempre acha que a geração em que viveu foi a melhor que
teve. E a geração atual? Ah, essa nem chega aos pés do que nós fomos.
Ter saudade do que já foi vivido é normal, mas se manter imóvel
no tempo e no espaço é impossível. O mundo muda, dá voltas e com ele a vida
vai junto. As coisas são cíclicas e de tempos em tempos a gente volta a se
lembrar de uma moda, de uma tendência e voltamos a usar aquilo de forma
aprimorada. Ou seja, o que era bom
melhorou ou se não melhorou pelo menos mudou. E vamos acabar com essa mania
besta de ter medo do novo. Medo eu teria é se nada mudasse.
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